"Stress", depressão e ansiedade interligados

Nos anos 70, não era socialmente aceitável ser ansioso. Desde então o estresse (a face aceitávelda ansiedade)foi relacionada com posições de grande poder, grandes realizações, com pessoas conscienciosas. O estresse já não era visto como fraqueza por parte da pessoa deprimida.

A inabilidade de entrentar a vida, seja por causa do estresse,da depressão ou do câncer, ainda é considerada como um defeito. As causas e as curas dizem respeito não apenas à mente e ou ao corpo , mas também uma relação complicada entre os dois.Ninguém desenvolve esses problemas porque escolhe, embora se possa desenvolver todos ou qualquer um deles como resultado da maneira como a pessoa pensa ou se comporta em resposta ao que a vida coloca para ela.O problema é que a sociedade não reconhece isto.

De vez em quando aparecem artigos em revistas nos quais pessoas famosas e celebridades admitem ter sofrido de depressão. Com o tempo este tipo de revelação mudará a atitude do público em geral, e os que são corajosos o suficiente para reconhecerem seus problemas devem ser elogiados.Veja o depoimento da colega Neuza.

O "stress" pode ainda ser responsável por sérios problemas do foro psíquico. Mark Greener nota que ele está intimamente relacionado com a depressão e a ansiedade, podendo conduzir a uma e a outra enfermidade, ou, em certos casos, às duas. Uma vez instalados no organismo, estes problemas alimentam-se mutuamente, tornando-se muitas vezes difícil saber se o "stress" é causa ou consequência da depressão e da ansiedade, ou vice-versa.

"A depressão", observa Greener, "é frequentemente acompanhada por um sentimento de incapacidade de enfrentar a vida e surge associada a vários sintomas". Entre eles, figuram a falta de prazer e interesse pela vida, fadiga, sentimento de inutilidade, insónias e irritabilidade. Em situações extremas, a depressão pode conduzir ao suicídio. Por sua vez, a ansiedade encontra no "stress" um dos melhores aliados para se desenvolver. "A ansiedade causa «stress» intenso", realça Greener. "Os doentes ficam hipersensíveis: acontecimentos que dificilmente afectam uma pessoa normal podem ter um impacto enorme no ansioso. Por outro lado, o «stress» contribui para aumentar o risco de doenças relacionadas com a ansiedade".

O psiquiatra Payne Pereira admite a ligação entre o "stress" e certas doenças, mas coloca-lhe algumas reservas. "Factores de conflito psicológico podem ter um significado mais ou menos importantes na eclosão de determinadas doenças, desde que somados a outras causas", ressalva. "A doença isquémica do miocárdio pode dever-se a factores psicológicos, mas há outros, como o metabolismo dos lípidos, o alto nível de colesterol nos vasos do coração, etc. Não se pode falar numa causa única. Outra doença em que os factores psicológicos podem ter relevância é a asma brônquica, mas há dimensões alérgicas e infecciosas que têm também o seu significado", frisa.

A depressão também pode ser mascarada pela ansiedade nos casos em que as pessoas se sentem impotentes e incapazes de controlar sua vidas.Pessoas que sofrem de síndrome do pânico tendem a apresentar reincidência nas épocas de estresse e quando este se resolve o pânico se resolve também até o próximo episódio.Um dos fatores que pode contribuir para a depressão é algum tipo de incidente estressante, para a pessoa que tem vulnerabilidade.

http://www.consumidor.pt/pls/ic/doc?id=240&p_acc=0&plingua=1&pmenu_id=1219

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